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I always find myself reflecting on abortion. Should it be an option for those who don't feel ready to have children? And what about the father's role in all of this? Should he also have a say in a decision that, despite directly affecting the mother's body, involves a child who belongs to both of them? I know it's a delicate subject, but precisely for that reason I think it's important to think deeply about it.
I confess I keep wondering: do we really have the right to play God, deciding who lives and who dies? Many people argue that life only begins after 12 weeks, as in some countries, but in my heart, I feel that the presence of a fetus is already a life. A life in formation, fragile, that didn't ask to exist.
When the subject is abortion, I remember certain cultures, like some indigenous tribes, where children with severe disabilities are sacrificed because they are unable to survive in the environment in which they would be born. It's sad, but I wonder if this logic is so different from the justification many use today: "we don't have the means." It seems that, due to a lack of resources, we prefer that the child not even be born.
I see many defending abortion with the argument of poverty, "it's better not to be born than to suffer." Even the government, in some debates, repeats this discourse. But does the lack of resources justify eliminating a life? I understand that many parents do not feel prepared to assume the responsibility of raising a child. It is a journey that requires sacrifice, and many women end up giving up their own dreams to take care of their family, and that undoubtedly weighs heavily.
And, of course, there are extreme cases, such as rape. How can one imagine a woman carrying the child of her aggressor in her womb? How can one live with a vivid reminder of the worst trauma of their life? In these situations, abortion is often presented as an alternative, and I recognize that it is an immense conflict. Still, I believe that, whenever there is another way out, life deserves to be preserved.
If the mother doesn't want or can't raise the child, there are options: adoption, orphanages, social projects, NGOs. Today there is more support than in the past. I know it's not an easy decision, but interrupting a pregnancy because the fetus can't defend itself seems profoundly unjust to me; after all, we don't own that life.
Despite all the controversy, I believe that today we are better prepared to deal with these situations responsibly. There are orphanages, foster homes, support groups, and even media campaigns showing that rejecting a child doesn't have to mean condemning it to death. Life seems too precious to be interrupted like that.
In the end, I don't see abortion as a solution. I see it as the end of a life that didn't even have a chance to begin. There may be fear, pain, despair, but there are also alternatives. And, if someone still decides not to keep the child, that's fine. I only ask that they allow that life to move forward. Because, for me, choosing who lives or dies is a burden that none of us should carry.
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[PT]
Sempre me pego refletindo sobre o aborto. Será que ele deveria ser uma opção para quem não se sente preparado para ter filhos? E o papel do pai nisso tudo, será que ele também deveria ter voz numa decisão que, apesar de afetar diretamente o corpo da mãe, envolve um filho que é dos dois? Sei que é um tema delicado, mas justamente por isso acho importante pensar a fundo sobre ele.
Confesso que fico me perguntando: temos mesmo o direito de brincar de Deus, decidindo quem vive e quem morre? Muita gente defende que a vida só começa depois de 12 semanas, como em alguns países, mas, no meu coração, sinto que a presença de um feto já é uma vida. Uma vida em formação, frágil, que não pediu para existir.
Quando o assunto é aborto, lembro de certas culturas, como algumas tribos indígenas, em que crianças com deficiências graves são sacrificadas por não terem condições de sobreviver no ambiente em que nasceriam. É algo triste, mas me pergunto se essa lógica é tão diferente da justificativa que muitos usam hoje: "não temos condições". Parece que, por falta de estrutura, preferimos que a criança nem chegue a nascer.
Vejo muitos defendendo o aborto com o argumento da pobreza, "é melhor não nascer do que sofrer". Até o governo, em alguns debates, repete esse discurso. Mas será que a falta de recursos justifica eliminar uma vida? Entendo que muitos pais não se sintam preparados para assumir a responsabilidade de criar um filho. É uma jornada que exige renúncia, e muitas mulheres acabam abrindo mão dos próprios sonhos para cuidar da família, e isso pesa, sem dúvida.
E, é claro, há os casos extremos, como o estupro. Como imaginar que uma mulher consiga carregar no ventre o filho de seu agressor? Como conviver com uma lembrança viva do pior trauma da sua vida? Nessas situações, o aborto é frequentemente colocado como alternativa, e reconheço que é um conflito imenso. Ainda assim, acredito que, sempre que houver outra saída, a vida mereça ser preservada.
Se a mãe não quer ou não pode criar a criança, existem caminhos: a adoção, orfanatos, projetos sociais, ONGs. Hoje há mais apoio do que no passado. Sei que não é uma decisão fácil, mas interromper a gestação porque o feto não pode se defender me parece profundamente injusto, afinal, não somos donos daquela vida.
Apesar de toda a polêmica, acredito que hoje estamos mais preparados para lidar com essas situações de forma responsável. Existem orfanatos, casas de acolhimento, grupos de apoio e até campanhas na mídia mostrando que rejeitar uma criança não precisa significar condená-la à morte. A vida me parece preciosa demais para ser interrompida assim.
No fim das contas, não enxergo o aborto como solução. Vejo como o fim de uma vida que nem teve a chance de começar. Pode haver medo, dor, desespero, mas também existem alternativas. E, se mesmo assim alguém decidir não ficar com o filho, tudo bem. Só peço que permitam que essa vida siga em frente. Porque, pra mim, escolher quem vive ou morre é um fardo que nenhum de nós deveria carregar.
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